Aluno(a) de Licenciatura que já fez bacharelado deve fazer a monografia novamente?

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Antropologia e museus - interfaces possíveis

Para quem tiver tempo e vontade, amanhã está prevista uma defesa de dissertação bem interessante no Recife:

coleção de coleções: antropologia do objeto museal no instituto ricardo brennand


A autora é Nicole Cosh, orientanda de Antonio Motta, e a defesa ocorrerá às 14 horas, no PPGA (13º andar do CFCH).

Rádio: Rito de Passagem, Trote e Juventude - BLOCO 1




Painel com as professoras e antropólogas Flávia Ferreira Pires e e Maria Otília Telles Storni, do Departamento de Ciências Sociais da UFPB. Produzido por Ellyka Akemy, Maria Lívia Cunha e Taíssa Travassos. Levado ao ar no dia 20 de março de 2010, na Rádio Tabajara AM - João Pessoa-PB



Para ouvir:

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Abril despedaçado

"(...) Não há quem não sinta em alguma medida os riscos da conjuntura, mas nós mal começamos a pensar no que pode e deve ser feito. (...) Abril foi designado por jovens interessados como um mês em que cada um deverá meditar sóbria e imaginativamente sobre a catastrófica condição em que nos encontramos. (...) E é isso - zelo dedicado e responsável - a chave do futuro. É essa capacidade de relacionar as coisas às necessidades de muitos indivíduos que possibilita a vigilância no decorrer de uma vida e na sucessão das gerações. (...)" (M. Mead em 1970)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

sábado, 24 de abril de 2010

Belém - Última chamada

Está aberto, até o dia 30 de abril, o prazo para submissão de pósters para grupos de trabalho na 27a Reunião Brasileira de Antropologia, que acontecerá em Belém, nos dias 1 a 4 de agosto. Há para todos os gostos! Eis o endereço: http://www.abant.org.br/27rba/

Uma apreciação do Livro O Leite Derramado (2009) de Chico Buarque


O livro Leite Derramado de Chico Buarque é uma obra de mestre. Ganha em muito de Budapeste, que tem a prosa algo pegada, difícil, lenta. Ao contrário, Leite Derramado é abundante, flui nutritivo como o leite que corria generoso dos seios brancos de Matilde. Ah, Matilde, a mulatinha morta aos 17 anos não se sabe exatamente de quê...
Não apenas Matilde fica morando na nossa lembrança, - (como é dito na orelha do livro)- , como uma recordação de coisa não vivida, como nos enamoramos do próprio velho Eulálio. Que importa se ele seja no fundo um aristocrata, racista, segregacionista nada afeito aos ideias republicanos e pouco gentil com as classes populares. Pouco importa, o velho toma nosso coração – talvez, a maneira de Chico – e não importa que asneiras diga!
Li o livro com dó. Li os primeiros capítulos e tive que relê-los. Li cada palavra com se sorvesse um vinho raro, cujo sabor queremos capturar para sempre na boca. Guardei o livro para um momento especial em que eu pudesse ser só dele e ele só meu. Mas não queria lê-lo todo de uma vez, relutava, era bom demais, tive dó de continuar. Acho que isso nunca tinha me acontecido. Normalmente devoro os livros com a fome de Eulálio quando viu Matilde pela primeira vez na missa de seu pai morto. Mas com este livro algo diferente aconteceu comigo. Fui hipnotizada, talvez, apaixonei-me realmente por Eulálio. Talvez temesse sua morte. E por falar nela, as últimas páginas há surpresa – ao narrar a morte de seu tataravó é que morre Eulálio, o narrador.
O livro é leve - pesa pouco- , e breve – apesar de tanta vida. Leva o leitor a risada. Taí talvez sua genialidade: é complexo, profundo sem ser pedante, sem errar no tom. É através da narrações desordenadas no velho que compomos o cenário, sem nexo, juntando os pedaços, confundindo as estações e, ás vezes, fazendo algum sentido. É a própria natureza da vida do homem – um tanto sem sentido, a se perder nas curvas dos rios dos acontecimentos, tantas vezes a se desperdiçar como o leite que Matilde negava a menina e escorria pesado pela pia. A confusão do velho não é menos companheira da vida que dos velhos. É a vida mesma que não pode ser vivida senão como foi narrada por Eulálio: como uma (re)invenção constante. E salve Cecília Meireles!

Para começar...