terça-feira, 22 de junho de 2010
Homenagem a Pierre Clastres
Talvez sejam poucos os livros escritos por antropólogos, na segunda metade do século XX, que tenham tido o apelo de "Sociedade contra o Estado", para fora das nossas fronteiras disciplinares. Mito anarquista ou receita contra a tirania, as palavras de Pierre Clastres alimentaram a utopia sempre prestes a adormecer de uma sociedade que rejeita a coerção, antes mesmo de conhecê-la. E não precisamos acreditar nelas para reconhecê-lhes a beleza:
"Culturas indígenas, culturas inquietas por recusar um poder que as fascina: a opulência do chefe é o sonho acordado do grupo. E cabe expressar, ao mesmo tempo, a preocupação que tem de si mesma a cultura e o sonho de se superar, que o poder, paradoxal em sua natureza, é venerado em sua impotência: metáfora da tribo imago de seu mito, eis o chefe indígena."
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